: : : Principal : : : Histórico : : : E-mail : : : Twitter : : :


Na mídia

24 maio 2010

Estresse, felicidade e longevidade

Uma pesquisa feita pelo Instituto Gallup perguntou a 355 mil americanos entre 18 e 84 anos seu nível geral de bem-estar, e especificamente os índices de felicidade, alegria, estresse, preocupação, tristeza e raiva que tinham sentido no dia anterior. Resultado: para os homens, a felicidade e o prazer registraram seu ponto mais baixo na faixa dos 40 anos, enquanto para as mulheres o menor índice de felicidade ficou entre 50 e 53 anos. A partir desses momentos de vida, começa uma virada significativa para cima, com a felicidade superando a raiva e o estresse.

O pico de estresse encontra-se na faixa dos 20 anos, mas continua alto entre aqueles de 30 e 40. Entre os homens, a capacidade de relaxar começa entre 46 e 49 anos, e entre as mulheres na faixa de 50 a 53 anos.

As estatísticas oficiais mostram que as mulheres vivem mais que os homens, mas este estudo revela que elas também sofrem mais que os homens durante a vida. Segundo o estudo, em todas as idades, os níveis de alegria das mulheres são inferiores aos dos homens. Também os índices de estresse e preocupação são significativamente superiores aos dos homens. E o grau de tristeza também.

Talvez a incapacidade masculina de raciocinar sobre dois ou mais assuntos ao mesmo tempo ou o singelo prazer de sentar diante da TV e assistir a uma partida de futebol, deixando de lado um caminhão de preocupações – o que tanto irrita às mulheres em geral – expliquem em parte essa característica masculina revelada na pesquisa.

Mas há outro dado na pesquisa que explica, também, por que a guerra dos sexos tem tanta força. Apesar de níveis distintos de alegria, tristeza, preocupação e estresse entre mulheres e homens, ao longo de toda a vida, ambos os sexos se igualam quando se avalia a raiva que cada um sente – em todas as idades.

Agora está explicado por que tantas brigas.

No último sábado, o Dr. Drauzio Varella escreveu um artigo na Folha apontando as diferenças entre os sexos, desde a tenra idade, quando as meninas de dois anos já articulam frases inteiras enquanto os meninos mal conseguem "balbuciar meia dúzia de palavras que só a mamãe compreende".

"Na puberdade, elas viram mocinhas de formas e gestos graciosos. Nós nos transformamos em quimeras desengonçadas, metade criança, metade homem com penugem no bigode, espinhas em vez de barba, voz em falsete e loucura por futebol."

Diz o Dr. Drauzio que se pode alegar que os homens são mais saudáveis, enquanto as mulheres vivem cheias de achaques. "De fato, nas mulheres a cabeça dói, o útero incomoda e o intestino não funciona, mas as desvantagens acabam aí." Dr. Drauzio completa: a cada três pessoas que perdem a vida, duas são do sexo masculino. E as mulheres vivem, em média, 7,6 anos a mais que os homens.

Minha conclusão: pra que brigar? Melhor não seria vivermos bem, enquanto vivemos? Já que a vida é tão curta e o estresse nos ronda durante boa parte dela? Fica a sugestão.

Em tempo: o título do artigo do Dr. Drauzio é Sexo Frágil e a matéria original sobre a pesquisa Gallup saiu publicada no LA Times, em 17/05/2010.